O Lalau tinha um irmão gêmeo idêntico. Um dia, quando voltou da roça, pegou a mulher dele na cama com Leléu, o irmão. Puto da vida, gritou:
- Sua vaca, disgramada! Me corneando com meu próprio irmão! E na cara dura! Sabia muito bem que tava na hora de ieu vortá. Esqueceu inté da hora, muié?
- Esqueci não... mas cês são tão iguar, que achei que cê num ia percebê, uai!
102- Marido mal humorado
E a coitada da mulher do Ditão vive reclamando da vida:
- Num dianta falá nada... Já vi que quando se diz uma coisa pra um home, entra por um ouvido e sai pelo outro!
E o Ditão:
- E quando a gente diz alguma coisa pra uma muié, é muito pior! Entra pelos dois ouvidos e sai pela boca!
103- Na Estrada
Uma velhinha caipira tá na estrada pedindo carona pra ir até a cidade.
Para um caminhão de carga, com dois caminhoneiros. A coitada da caipira só tinha um dente na frente.
Quando pegam uma descida, o ajudante do motorista diz:
- Genésio, mete na banguela!
E a velhinha:
- Sabia que ia sobrá pra mim!
104- Baita Onça
Belarmino e Deodato passeavam no mato e notam que tem uma baita onça de olho neles. Belarmino,
que é muito e carrega tudo quanto é tralha numa sacola,
tira as botinas e começa a calçar um par de tênis. Deodato olha pra aquilo e diz:
- Deixa isso pra lá, cumpadre... Não adiianta botar tênis de corrida, que cê não vai correr mais rápido do que a onça.
E o Belarmino:
- Ah, isso eu sei! Só preciso corrê mais do que ocê, sô!
105- Imoralidade
O caipira moralista comenta com um conhecido:
- Este mundo véio tá perdido! Agora de pouco vi um minino trepando com uma cabrita. Que pouca vergonha!
- Pois é! Essa molecada sem-vergonha num toma jeito mesmo! Concorda o outro.
- E dispois, vi um véio de oitenta anos batendo punheta!
- E cê queria que ele corresse atrás de cabrita nessa idade?
106- Acidente
O cortador de cana chega em casa e comenta com a mulher:
- Nega, hoje quase que esses quatro dedos meus foram pra merda!
E a mulher, assustada:
- Não diga! Escapô o facão?
E o caipira:
- Não! Rasgô o papal higiênico!
107- Trabalho em São Paulo
Juvenal tenta convencer o amigo a ir trabalhar em São Paulo:
- Vamos lá, léo! A vida lá é melhor!
- Vô não! Lá tem muito bandido!
- Que nada! Fica sabendo que é lá que o dinheiro corre adoidado!
- E o Leonardo:
- Mais um motivo... Aqui que ele fica parado, num vejo nem a cor...
Imagina esse danado correndo!
108- No Cartório
O caipira vai registrar o filho:
- Qual o nome da criança? - Pergunda o cara do cartório.
- Ebatata de Sousa!
- Ebatata?
- Sim! Ebatata de Sousa!
- Mas esse nome não pode!
- por que não?
- Porque Ebatata não é nome de gente! Onde o senhor arranjou esse nome?
- Eu sou plantador de batatas!
- E daí?
- O meu vizinho é plantador de milho e colocou o nome do filho dele de Emilho!
109- Medo
Num hotel-fazenda no interior de Minas,
chega um boyzinho carioca e pede um cavalo pra dar uma volta pela região.
O empregado do hotel diz:
- É mió o senhor deizá um depósito de mil real...
- Que isso cara? Tá com medo de que eu volte sem o cavalo?
- Não... que o cavalo vorte sem o senhor...
110- Menino da Cidade
Maurinho, aquele meniniho criado na cidade, foi pela primeira vez à fazenda do vovô Sebastião.
O velhinho leva o neto até o chiqueiro, onde mostra uma porca dando de mamar pros porquinhos e comenta:
- Aposto que você nunca viu uma porcona gorda desse jeito, Maurinho!
E o molequinho:
- Também... com todos esses porquinhos soprando nela!
111- Incrível
Aquela caipira loira visita pela primeira vez o estúdio de um escultor.
Olha admirada pro cara que tá entalhando um enorme bloco de madeira.
Alguns dias depois, volta ao mesmo lugar e pergunta onde está a madeira.
O escultor aponta pra um busto de tiradentes que esculpiu.
E ela:
- Nossa! E comé que o senhor soube que ele tava aí drento?
112- O caipira e o portuga
O matuto chega no armazém do portuga e pede:
- Um quilo de milho!
- Pra que o sinhor quer o milho? - quer saber o seu Manoel.
- Pra dá pras galinhas, uai!
- Ora pois... Tens qui me mostraire as galinhas!
É qui milho está em falta e só vendo se provares qui precisas realmente!
com essa falta de mercadorias, só vendo o que o gajo provar que vai consumire! - Avisa o portuga.
- Mas isso é um bisurdo! Nunca vi uma coisa dessa, seu Mané!
Mas o portuga é irredutível:
- Sem galinha, não leva milho!
Sem outra saída, o caipira traz as galinhas e leva o milho.
Uma semana depois, volta todo enfezado, carregando duas latas, que coloca em cima do balcão do armazém.
E ele pede:
- O sinhô qué fazê o favô de infiá as mão drento dessas lata?
Assim que o portuga enfia as mãos na lata, o caipira fala:
- O senhor me vende dois rolo de paper higiênico?
113- Efeito retardado
O delegado daquela cidade do interior tenta resolver mais um caso de briga entre um casal de caipiras:
- Dona Carmo...
Então quer dizer que a senhora deu com a mão de pilão na cabeça do seu marido
porque chamou a senhora de hipopótamo no ano passado? Por que isso agora?
E a caipira:
- Porque só ontem fui pela primera vez inté o zoológico
e aí fiquei sabendo como é qui é um hipopótamo, sô!
114- Letra de Médico
Tá todo mundo cansado de saber que ninguém entende letra de médico.
Certa vez, a primeira dama de uma cidadezinha do interior convidou o movo médico do posto de saúde pra um jantar.
Logo depois, recebeu um bilhete com aquele monte de minhocas dançando
e ficou sem saber se o doutor estava comfirmando ou não a sua presença.
Nisso, o marido prefeito teve um a idéia:
- Só sei de um cara que entende letra de médico...
Juca, o farmacêutico! Leva pra ele decifrar esse troço!
E a mulher correu pra farmácia. Assim que entregou o bilhete,
o farmacêutico subiu na prateleira, catou um vidro de zarope e falou:
- Toma duas colher de treis em treis hora qui vai ficá boa num instantinho, dona.
115- Na beira do rio
A caipirinha, toda faceira, estava pescando na abeira do rio, quando chega um bêbado e pergunta:
- Hic! Que é que a dona tá fazendo aí? Conta...
E ela, de saco cheio:
- Pescando bêbado!,
- Anssim cê num vai pegá nenhum... Vai não.
- Ué... por quê?
- Porque a dona tá sentada em riba da isca, sô!
116- Negocião
Baita crise. O Chico não tem outro jeito senão vender o velho relógio de ouro,
herança do vô Juvenal, do tempo dos barões do café.
Procura o compadre Bento, que depois de matutar um bocado, conclui:
- Óia.. Dou dois mil!
Chico aceita o preço. Mas, um semana depois,
com o dinheiro da venda duns leitões na mão, ele tenta resgatar o relógio:
- Cumpadrek, eu quero comprá o relógio de vorta. Dô treis mil, Pronto!
Bento topa o negócio, mas depois pensa:
- Esse troço deve di valê muito mais pro cumpadre tê vindo buscá de vorta...
No dia seguinte, lá está o capiau na casa do outro sitiante:
- Sabe cumpadre Chico... Eu cismei com aquele relógio e pensei em pagá inté cimco mil por ele!
Depois de um mês, em que compraram o recompraram mais de vinte vezes o mesmo relógio, o Bento propõe:
- Iscuta, cumpadre Chico, que tar se nóis vendê esse relógio pro seu Gerardo,
lá de venda por uns vinte e reprti o dinhero?
E o Chico:
- Tá doido, cumpadre? Faiz mais de mês que nóis dois tamo vivendo desse negócio de comprá e vendê relógio
e cê qué dividi o lucro com mais um?
117- No céu
E a mulher fala do marido para a amiga:
- O Arnaldo põe minha mãe nas alturas!
E o marido perto pensa:
-"Adoraria vê-la no céu"
118- Sogra mala
O cara está saindo do seu apartamento com uma mala e cruza com o vizinho, que pergunta:
- Onde você vai com essa mala, Geraldo? Vai viajar?
- Ah, a minha sogra tava me enchendo o saco! Pra você ter uma idéia hoje ela me xingou de vagabundo,
inútil, preguiçoso, insensível, cretino, fracassado... Ah, cansei!
E o vizinho:
- O quê? que velha folgada! Se eu fosse você, a cortava em pedecinhos e a jogava no rio!
- E o que você acha que eu estou levando dentro da mala?
119- Bolinhos da sogra
O Jovem casal, no auge de sua sofreguidão, estava no maior dos amassos no sofá,
quando a dona da casa entra avisando que era hora do lanche.
Refeito do susto, o rapaz querendo parecer gentil, comenta:
- Puxa, esses bolinhos de bacalhau estão um delícia. Foi a senhora mesma quem fez?
Ao que responde a futura sogra, indignada:
- Vai lavar as mão, rapaz! Esses bolinhos são de batata!
120- Sogra quebra espelhos
O Jaiminho fala pra mãe dele:
- Mamãe, mamãe, a vovó quebrou o espelho do banheiro!
- Puxa, que desgraça!
- Desgraça? Por que mamãe? O espelho era muito caro?
- O espelho não é nada. O problema é que ela vai ter sete anos de azar!
Pouco depois, o pai chega em casa, e o moleque conta:
- Papai, papai, a vovó quebrou o espelho do banheiro!
- Puxa, que desgraça!
- Por quê, papai? Por causa do azar que ela vai ter?
- O duro vai ser aturar a velha no mínimo mais sete anos.